dentro da programação do ESCLA, Cine-Rock, com 'Piratas do Rock'.
sábado, 14:00, na Ufal - Arapiraca
sexta-feira, 27 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Como o Botinada (Cine-Rock 8) será apresentado na quarta de manhã, no campus de Arapiraca, no Ciclo de Palestras e Debates sobre a Adolescência, e os documentários de rock não têm atraído público suficiente no centro da cidade, a partir do próximo sábado (14/05), no Cine Triunfo, a programação será modificada no sentido de tornar-se mais apimentada.
cine-rock 9 (14-05) - texto
"Tá sentindo um cheiro estranho? É a podridão do mundo", diz um homem. Baixio das bestas, novo filme de Claudio Assis que estreia nesta sexta-feira [de maio de 2007], é mais uma viagem no universo particular de seu autor. Uma jornada de uma hora e vinte pela miséria, decadência e podridão humana. Decididamente, não-indicado para pessoas de estômagos sensíveis, cabeças fechadas e obcecadas pelo bom gosto.
Assim como em seu primeiro longa-metragem, Amarelo manga (2003), e no curta Texas hotel (1999), os temas com os quais o diretor parece confortável são sempre desconfortáveis. E, talvez, por isso mesmo, mereçam atenção e reflexão. [...]
Baixio das bestas não enrola nem amacia [...] em Baixio das bestas não há vaselina. Até por isso, Caio Blat e Matheus Nachtergaele gritam numa orgia: "- Cadê a manteiga? Hoje eu quero cu!". Masturbação, estupro, espancamento de mulheres, exploração de menores, pedofilia, sodomia, depilação íntima feminina in loco (ou em foco, ou em close), um pouquinho de sexo explícito, pênis na tela, vaginas na tela, está tudo lá. Por trás, um estudo cru e cruel sobre a exploração humana, sobretudo da mulher.
De um lado, a menina explorada pelo avô - que também é seu pai -, sendo exposta por ele, nua, para caminhoneiros. Um puteiro frequentado por violentos agroboys é o outro lado da moeda responsável pela carga dramática do filme. Dentro desses dois núcleos é onde fundamentalmente o importante acontece.
O longa, além da(s) história(s) forte(s), tem um desempenho espetacular de seu elenco. Numa obra com Caio Blat, Matheus Nachtergaele e Marcélia Cartaxo, a estreante Mariah Teixeira, Dira Paes e Fernando Teixeira dão um show, sem desmerecer aqueles. Mariah é impressionante. Sua atuação é pontuada por silêncios, olhares, gestos. De longe, o que há de melhor no filme. E tem ainda Hermila Guedes, de O céu de Suely, cujos personagens - e os dois filmes - talvez estejam mais próximos do que se imagina. Apesar de extremamente bem filmado, há excessos, sim, como em toda a obra do autor.
Baixio das bestas irá desagradar - e incomodar, enojar - muita gente, mas também irá acertar em cheio o público de Amarelo manga e Cronicamente inviável (2000, de Sérgio Bianchi). Há momentos em que o filme parece querer ser um tapa na cara da classe média brasileira, um basta no (movimento) "Basta!" ("- A pobreza vai socializar o mundo!", - grita o personagem de Matheus). Há outros em que a sensação de gratuidade e do choque pelo choque incomodam tolamente. [...]
Outra face comprometedora da cinematografia tupiniquim, a folclórica figura do bêbado, entretanto, protagoniza um plano-seqüência com o avô digno de nota, por sua competência, eficiência e força.
Baixio das bestas é um filme contundente, tenso, violento e - como não podia deixar de ser - polêmico. É esplendidamente fotografado em CinemaScope - como em Amarelo manga -, com muita câmera na mão, ótimos planos-sequência e um desempenho visceral de seu elenco. É uma obra importante dentro da (pouca) variedade do cinema brasileiro, e mais um "pé na porta" de fora do eixo Rio-São Paulo, que já nos brindou com Cinema, aspirinas e urubus e Cidade baixa.
"- Sabe o que é o melhor do cinema? É que no cinema tu pode fazer o que tu quer" - diz o personagem de Matheus. E é isso que Claudio Assis faz. O que quer. Aparentemente, sua intenção de chocar é muito clara. O que não quer dizer que, através de um olhar mais atento, não se perceba quão importantes são as denúncias que faz. Suas pertinências são mais que relevantes. Ao preferir não tapar o sol com a peneira, ele joga um foco de luz na parte "mundo cão" de nosso mundo. De nosso país. Pode-se não gostar de seu estilo cinematográfico. No mundo real, entretanto, dar as costas não é uma opção.
(LEVI, Daniel. “Baixio das Bestas” é uma jornada pela miséria humana. Texto disponível em: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/05/09/295681173.asp, acessado em 04/04/2010)
domingo, 8 de maio de 2011
relato cine-rock 07/05
Ontem, 07/05, apenas uma dúzia de pessoas se aventurou ao centro da cidade, para assistir o filme sobre o Kurt Cobain. O filme tem um tom melancólico que o percorre desde o início, com um longo travelling aéreo sobre uma cidade, desde o mar, enquanto escutamos a voz do falecido líder do Nirvana, em off, sem nunca vermos seu rosto, apenas no final, quando, junto com uma legenda escrita conta que Kurt se suicidaria um ano após a gravação das entrevistas, são mostradas algumas fotografias da banda em ação e de seu cantor. Creio que não há músicas do Nirvana na trilha, mas apenas sons de bandas que o líder da banda curtia, ou admitia como influência.
Além de estarmos em reduzido número (e dos restos da euforia pelo time de futebol da cidade ter conquistado o campeonato estadual, pouco mais cedo), mesmo tendo, pela primeira vez conseguido fazer o filme começar no horário marcado – eram 19:02 quando finalmente o dvd foi solto, ao contrário das outras vezes, em que ficamos esperando chegar mais público para começar, o que já atrasara o início da exibição em pelo menos uma hora, outras vezes – por volta de 20:00 começaram a entrar pessoas que visivelmente nada tinham a ver com o filme exibido, muito menos com a música em geral: estavam lá esperando a sessão seguinte, com Brasileirinhas, cujo cartaz já estava afixado na bilheteria do cinema.
Uma dessas pessoas (todos homens, na casa dos 50 anos), talvez embriagado, xingou em voz alta durante os 20 minutos finais, gritando que ‘aquilo’ (o filme sobre Kurt Cobain) ‘não era filme’, ‘isso não é cinema’, incomodando os poucos que havíamos nos atrevido a sair de casa para ver ou rever o belo filme de AJSchnack. Felizmente, ninguém respondeu ao cidadão, e todos saímos em paz para nossos destinos posteriores (acho que nenhum ‘dos nossos’ ficou para conferir o Brasileirinhas da vez, que, por seu lado, tinha um cartaz de propaganda até bem interessante).
Mesmo assim, o incidente faz-nos compreender que o papel do Cine-Rock, ali no Cine Triunfo, nos sábados à noite, parece estar chegando ao seu fim, tanto no sentido de ter cumprido sua finalidade, como no de término de atividades mesmo. Foram colocados em contato pessoas e universos distantes: tanto de alguns dos amantes da música e do cinema da cidade, que nunca haviam, entretanto, adentrado a sala de exibição, como especialmente aproximando a Universidade Federal de Alagoas do proprietário da última sala de cinema no interior de Alagoas.
Feitos os contatos preliminares, cumpre agora a UFAL, através de sua Pró-Reitoria de Extensão, conversar com os proprietários do local, e ver da possibilidade concreta de uma parceria em regime de comodato que vise adequar o local para exibições regulares e diárias, com programação própria feita pela academia, voltada para as famílias arapiraquenses.
Ainda assim, programei, para a provável última sessão do Cine-Rock, o filme ‘Botinada: a origem do Punk no Brasil’, para o próximo sábado, 14/05, coincidindo aliás com o Festival de rock Maionese 2011, em Maceió, acreditando que o público poderá ser ainda menor (eu, pelo menos, tentarei estar também na capital, ao menos no sábado, já que sexta aqui é dia de aula normal. Programação em http://popfuzz.com.br/headline/festival-maionese-2011/), embora vá, pessoalmente, continuar a divulgar o filme agora também em mais guetos roqueiros, com filipetas baratinhas (confio muito mais no convite real de papel que no virtual, via Twitter, Orkut etc), para chamar a atenção inclusive dos citadinos que não curtem nem música nem cinema, para o problema da sala do Cine Triunfo, que precisa ser ajudada devidamente pelo poder público (no caso, o Federal, já que o município, como reza sua Agenda21 (ver comentários no blog www.filosofandonacopa.blogspot.com), se comprometeu a não fazer nada pela Cultura em Arapiraca até 2018.
*
“Eran tantos los que faltaban, que, si falta uno más no cabe.”
(FERNÁNDEZ, Macedonio. “Para una teoría de la humorística”. In: Papeles de Recienvenido: continuacción de la nada. Buenos Aires: Editorial Losada, 1944, p.242.)
sábado, 7 de maio de 2011
terça-feira, 3 de maio de 2011
relato parcial da reunião da ProEx com foco no Procinema (em Palmeira dos Índios, 28/04/11)
1) Está sendo finalizado edital, por iniciativa de Penedo, para um festival nacional de vídeo, a acontecer em setembro próximo. Será somente de curta-metragens (até 30 min), produzidos a partir de 2009, divididos em 4 categorias: documentário, animação, experimentais e ficção. Premiação para melhor filme do festival = 3.000 reais. Troféus para melhor direção, roteiro, trilha sonora, fotografia, direção de arte e voto popular. As inscrições começarão nas próximas semanas, pelo Portal de Extensão da Ufal.
2) Começamos a conversar sobre o Cine Triunfo, no centro de Arapiraca. A Ufal tem interesse em nos ajudar. Foi sugerido tentarmos o regime de 'comodato', explicado como sendo: o dono de tudo continua sendo seu Dinho / seu Dartagnan, mas a Ufal fará uso do prédio, da reforma à programação dos filmes. (ou pelo menos ajudará na captação de recursos). Conversei no sábado à noite com Seu Dinho, e ele se mostrou muito interessado na proposta do comodato.
3) Apresentei projeto, bem-recebido pelos colegas, de criarmos um acervo comum de filmes em dvd para a Ufal. Terá de ser não-oficialpois será um lote de filmes que será copiado (volutariamente por quem quiser 'doar' as cópias de alfguns de seus filmes mais raros ou difíceis de serem encontrados,)
Esse Acervo Comum, que chutei na hora conter uns 500 dvds com filmes, mas que talvez possa ultrapassar essa quantidade, ficaria pertencendo à sede e a cada polo do campus arapiraca (penedo, palmeira, viçosa) além de delmiro gouveia (representado pela profa. Ana Flávia). Entretanto, não poderemos armazená-lo e catalogá-lo nas bibliotecasda Ufal devido a aspectos legais. No futuro, a Ufal poderá transformar esse monte de dvds em unidades de hd externo que ficariam em cada um desses lugares, guardadas nos seus Núcleos de Cinema (grupos de estudantes e professores e interessados em cinema que utilizarão o acervo para pesquisa, ou mesmo apenas um armário pequeno em alguma sala disponibilizando os filmes reunidos...
4) Haverá um curso de graduação em Cinema em Penedo (graças ao Sérgio Onofre e seus colegas), o que, para mim, é uma alegria e um alento, neste momento, inenarráveis.
5) O Cine-Rock continua aos sábados, mesmo cobrando ingresso de três reais, para apenas um filme.
6) Para acontecer desde já a utilização da sala de cinema de segunda a sexta, toda semana, além dos sábados, não pode haver cobrança de ingresso, mas somente contribuições voluntárias (uma caixinha para, quem quiser e puder, deixar um dinheiro, sem sugestão de preço).
Assinar:
Postagens (Atom)